sábado, 23 de junho de 2012

São João de Arcoverde também tem espaço para a poesia


"A poesia é mãe de muitas artes, mas não é filha de ninguém". É essa a definição do declamador por opção e eletricista de automóveis Elizeu Pereira para a arte da poesia. Ele é um dos fundadores da Budega da Poesia, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, junto a Irassom Bezerra de Oliveira, o 'Garçon', e Fernando Gonçalves, o dono de fato do estabelecimento que recebe poetas, violeiros e grupos do mais tradicional forró pé-de-serra.


Com seis anos de existência, a Budega surgiu na feira, em uma barraca onde os poetas se reuniam para recitar. "Era a barraca da maranhense. Todo domingo, íamos para lá, começava a chegar gente, um dizia um verso, outro dizia outro, mas logo era pouco. Acabava a feira e não tínhamos para onde ir", recorda Fernando. Foi assim que um terreno baldio, logo atrás da Igreja de São Geraldo, acabou dando espaço a Bodega da Poesia.A decoração do local é um dos pontos que chama a atenção. Cordéis doados por seus autores enfeitam o local, assim como tudo aquilo que remeta à poesia e ao universo sertanejo, como uma casa feita por joão-de-barro ou a cabeça de um boi. "A cabeça de um boi na porteira é a bandeira do Nordeste", recita Elizeu, que sabe tantos versos de cor que até mesmo perdeu a conta de quantos são.


Os três amigos têm na família a tradição dos versos, ou ao menos de recitá-los. Irassom começou a gostar ainda na infância. Caçula de sete irmãos, era Irasson quem levava a comida para a mãe, que trabalhava na feira. "Naquele tempo, era fácil encontrar violeiros, repentistas, poetas nas feiras. O almoço de mãe acabava chegando frio", conta Irasson, que começou a decorar versos por incentivo materno. "Minha mãe sempre gostou de recitar, ela decorava os versos para declamar nas reuniões de família", diz o poeta.

Que fique de exemplo... 

Retirado do blog Pajeú da gente.

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